Celebração indígena: Amazônia: nosso corpo, nosso espírito

As mulheres indígenas, guardiãs da floresta citam que a Terra está doente e a herança dos povos ancestrais virando pó pelo poder e ganância, consciência e poesia para germinar a semente do futuro. Então o Boi Caprichoso se faz presente nessa luta pela Amazônia,  junto com a sua galera.

O festival foi suspenso por dois longos anos e foi sustentado pelo tema “Terra: nosso corpo, nosso espírito” e em 2022 retornaram com a súplica para apresentar a celebração indigena reverenciando os povos que habitam no parque Xingu, pois eles defendem as terras contra os invasores e de muitos males que associados a ideias de progresso e fornecem ao mundo aprendizados de como preservar a natureza, para cada vez mais tentar adiaro fim do mundo.  

Após os dois anos de pandemia, o Festival de Parintins retomou sua força em 2022, trazendo consigo não apenas o brilho das cores e das toadas, mas também um poderoso clamor pela preservação da Amazônia. A terceira apresentação daquela noite, em particular, foi um reflexo das urgências contemporâneas que permeiam a luta por um futuro mais justo e sustentável para o nosso planeta. 

As mulheres indígenas, as guardiãs da floresta, foram as protagonistas de uma mensagem forte e de grande peso emocional. Com palavras que reverberam com a sabedoria ancestral, elas afirmam que a Terra está doente, afetada pela ganância e pelo poder desmedido daqueles que ignoram os ensinamentos dos povos originários. Em uma canção de consciência e poesia, elas clamam para que a semente do futuro germine, para que haja esperança de um amanhã mais saudável e justo para todos.

Em 2022, o festival não era apenas uma celebração, mas uma declaração de intenções. O retorno das festividades foi marcado pela vontade de trazer à tona temas urgentes e atuais, que dialogam diretamente com a sobrevivência de nossos povos e ecossistemas. A homenagem aos povos indígenas do Parque do Xingu não foi apenas simbólica; ela refletiu a importância vital desses povos, que defendem suas terras dos invasores e se tornam os últimos guardiões contra a destruição ambiental. Ao preservar suas terras, os povos indígenas não estão apenas protegendo seu modo de vida, mas também ensinando ao mundo como preservar o que é mais precioso: a natureza.

O espetáculo apresentado em 2022 foi um verdadeiro manifesto de resistência. Uma mensagem clara de que o Boi Caprichoso, com o seu povo e sua galera, estará sempre ao lado dos povos que defendem a vida e a floresta, lutando contra aqueles que, em nome do progresso, buscam destruir o que é mais precioso para todos nós. O boi, que ao longo dos anos se tornou um símbolo de nossa identidade cultural, agora é também um símbolo de luta, de união e de esperança por um futuro melhor.

Que, assim como as sementes que as mulheres indígenas clamam para germinar, essa luta continue crescendo, alimentada pela força da terra e pela sabedoria ancestral dos povos da Amazônia.

Celebração Indígena do Boi Caprichoso 2022 na terceira noite. Foto: Divulgação
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