O Boi de Quilombo é uma figura simbólica que representa a resistência e a luta dos negros que fugiram da escravidão e formaram comunidades independentes, conhecidas como quilombos, no Brasil colonial. O boi, em muitas culturas afro-brasileiras, simboliza a força, a fertilidade e a liberdade, e, por isso, se tornou um ícone importante dentro das manifestações culturais dessas comunidades.
Nesse ato o Boi Caprichoso traz para a arena o legado dos povos africanos como costumes, crenças, sabores, línguas e tradições, sendo destaque da apresentação para ser exaltado de maneira grandiosa, trazendo à tona a luta, a resistência e a riqueza das histórias negras que formam a base da identidade amazônica.
Nas mãos dos artesãos parintinenses o boi deu uma nova interpretação refletindo o espírito de resistência e ancestralidade dos negros que, durante o período colonial, se refugiaram nos quilombos para preservar sua cultura e defender sua liberdade. E foi mais do que uma homenagem: foi um tributo à força da luta de um povo que, apesar das adversidades, se manteve firme e resiliente.
Mais do que uma performance artística, foi um reconhecimento da importância das raízes afro-brasileiras no contexto amazônico, uma celebração da resistência cultural dos quilombos. Com isso, o Caprichoso reafirmou seu compromisso com a valorização das tradições locais e a luta por uma memória coletiva que resgata o que é, de fato, um patrimônio cultural de todos os brasileiros.
O Boi de Quilombo tornou-se, assim, não apenas um símbolo da resistência dos negros, mas um ícone da força de todos aqueles que, em qualquer época da história, lutaram por liberdade e igualdade.
