A história da estrada de ferro da madeira-mamoré foi construída no século XX para conectar as regiões entre Brasil e Bolívia, atravessando a floresta amazônica para facilitar o escoamento da borracha.
As rotas fluviais eram um desafio pois o trajeto passava por corredeiras e rios perigosos, já o trajeto da ferrovia apresentava dificuldades naturais, como o clima quente e úmido, o terreno pantanoso, ataques de animais e as doenças tropicais, como a malária, o que resultou em um alto custo humano e financeiro.
A Madeira-Mamoré tornou-se o trem fantasma da morte, a lenda fala sobre a presença de um espírito vingativo que assombra a região. Segundo o artigo, durante a construção da ferrovia, muitos trabalhadores (principalmente nordestinos) morreram devido a doenças tropicais, como malária e febre amarela, além das dificuldades impostas pela construção em um terreno de difícil acesso. Esses trabalhadores, que morreram nas difíceis condições de trabalho, teriam sido sepultados nas margens da ferrovia, e suas almas não encontraram paz.
Conta a lenda que essas almas, então, teriam se transformado em espíritos que continuam a assombrar o local. A lenda diz que, durante a noite, é possível ouvir os gritos e os lamentos desses trabalhadores que morreram, e alguns relatos falam até de aparições de fantasmas, com figuras desfiguradas, vestindo trajes de operários, vagando pelas trilhas da ferrovia com bolsas e malas marchando atormentados pelos trilhos da Mad Maria, presas, as visagens tentam tentam encontrar uma saída do inferno verde. O silêncio retorna ao fim da madrugada quando surge a Maria fumaça, a quimera de ferro que lança fumaça de enxofre para tragar os espíritos que a esperam para encontrar descanso.
Aos poucos a floresta foi reocupando tudo, Madeira-Mamoré é um reflexo das condições crueis em que muitos trabalhadores estavam expostos durante a construção da ferrovia, e a lenda da Madeira-Mamoré se mistura com a realidade da dura exploração enfrentada por aqueles que participaram da obra.
A toada Maria Fumaça é do nosso renomado compositor Ronaldo Barbosa e a incrível e impactante alegoria, é do talentoso artista Gereca Pantoja e equipe.
